ALEGORIA DA CAVERNA - LEIA ABAIXO DO VÍDEO O TEXTO DE PLATÃO

sábado, 4 de junho de 2011

Alegoria da Caverna de Platão

Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os apresentadores de fantoches colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.
– Estou a ver – disse ele.
– Visiona também ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objetos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de lavor; como é natural, dos que os transportam, uns falam, outros seguem calados.
– Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que tu falas – observou ele.
– Semelhantes a nós – continuei -. Em primeiro lugar, pensas que, nestas condições, eles tenham visto, de si mesmo e dos outros, algo mais que as sombras projetadas pelo fogo na parede oposta da caverna?
– Como não – respondeu ele – se são forçados a manter a cabeça imóvel toda a vida?
– E os objetos transportados? Não se passa o mesmo com eles?
– Sem dúvida.
– Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não te parece que eles julgariam estar a nomear objetos reais, quando designavam o que viam?
– É forçoso.
– E se a prisão tivesse também um eco na parede do fundo? Quando algum dos transeuntes falasse, não te parece que eles não julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?
– Por Zeus, que sim!
– De qualquer modo – afirmei – pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos.
– É absolutamente forçoso – disse ele.
– Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar
para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objetos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objetos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objetos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objetos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam?
– Muito mais – afirmou.
– Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, paraFilosofiabuscar refúgio junto dos objetos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?
– Seria assim – disse ele.
– E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho rude e íngreme, e não o deixassem fugir antes de o arrastarem até à luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por ser assim arrastado, e, depois de chegar à luz, com os olhos deslumbrados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objetos?
– Não poderia, de fato, pelo menos de repente.
– Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objetos, refletidas na água, e, por último, para os próprios objetos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia.
– Pois não!
– Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas a ele mesmo, no seu lugar.
– Necessariamente.
– Depois já compreenderia, acerca do Sol, que é ele que causa as estações e os anos e que tudo dirige no mundo visível, e que é o responsável por tudo aquilo de que eles viam um arremedo.
– É evidente que depois chegaria a essas conclusões.
– E então? Quando ele se lembrasse da sua primitiva habitação, e do saber que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crês que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?
– Com certeza.
– E as honras e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prêmios para o que distinguisse com mais agudeza os objetos que passavam e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer – parece-te que ele teria saudades ou inveja das honrarias e poder que havia entre eles, ou que experimentaria os mesmos sentimentos que em Homero, e seria seu intenso desejo “servir junto de um homem pobre, como servo da gleba”, e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e viver daquele modo?
– Suponho que seria assim – respondeu – que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.
– Imagina ainda o seguinte – prossegui eu –. Se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?
– Com certeza.
– E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a vista – e o tempo de se habituar não seria pouco – acaso não causaria o riso, e não diriam dele que, por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzí-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?
– Matariam, sem dúvida – confirmou ele.Ensin
– Meu caro Gláucon, este quadro – prossegui eu – deve agora aplicarse à tudo quanto dissemos anteriormente, comparando o mundo visível através dos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força do Sol. Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomares como a ascensão da alma ao mundo inteligível, não iludirás a minha expectativa, já que é teu desejo conhecê-la. O Deus sabe se ela é verdadeira. Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a idéia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

(Platão, A República, livro VII)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ENGENHARIA DE PESCA

Engenharia de pesca é para quem gosta de vida ao ar livre
Mariana Gallo


Pouco conhecida do grande público, a engenharia da pesca é uma profissão para quem gosta de trabalhar em equipe e aprecia atividades ao ar livre. É um dos ramos da engenharia que tem seu foco voltado para o cultivo e a industrialização de derivados da pesca como frutos do mar, peixes e crustáceos. O engenheiro de pesca é responsável por desenvolver técnicas para localizar os cardumes e, depois, planejar e controlar os processos de benefício e industrialização das carnes.

“O engenheiro de pesca também pode trabalhar na área de pesquisas para o desenvolvimento de novas tecnologias ou dando consultoria para as empresas de pesca”, conta Vanildo de Souza, coordenador do curso de engenharia da pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Segundo o professor, como a profissão ainda é pouco divulgada, as empresas acabam absorvendo a grande maioria dos profissionais logo no início da carreira. “A indústria pesqueira no Brasil é muito grande e são poucas faculdades que têm esse curso. O resultado é que praticamente todo mundo que se forma acaba sendo contratado”, diz ele.

O ensino da profissão é composto por disciplinas como cálculo, estatística, física e também com aulas de biologia, ecologia, bioquímica e biologia aquática além de aulas práticas dentro do mar. Sua graduação dura, em média, cinco anos.

O salário inicial de um engenheiro de pesca varia entre R$ 1.700 a R$ 2.400. “Quanto melhor o profissional vai se desenvolvendo mais ele vai ganhando”, comenta Souza. As poucas faculdades que existem no país estão concentradas no norte e nordeste.

“Este ano pretendemos inaugurar a primeira no estado Rio de Janeiro e será a primeira também da região sudeste”. A expectativa é que São Paulo seja o segundo contemplado com a faculdade já que a região é onde se concentra a maioria das grandes empresas de pesca.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

AGRONOMIA

- Duração: 5 anos
- Salário médio inicial: R$ 1.500


O engajamento profissional não pode ser reduzido a uma decisão somente econômica. Ele envolve também a construção de uma identidade autônoma. A percepção que o interessado tem da profissão deve coincidir com a imagem que ele tem de si mesmo. Nesse sentido, tanto a esfera de atuação quanto o mercado de trabalho são dimensões decisivas no processo de escolha profissional.

O engenheiro agrônomo é um profissional com competências de conservar e transformar o ambiente natural para produzir plantas e animais úteis ao homem. Estas competências se referem à agronomia que é uma combinação de ciências exatas, naturais, econômicas e sociais. As principais funções do engenheiro agrônomo são de comunicar, divulgar ou experimentar os princípios, as leis e os procedimentos, seja do cultivo de plantas, seja da criação de animais, seja do manejo de solos aráveis, seja da gestão da empresa ou estabelecimento agrícola.

O estudante em agronomia precisa ser polivalente. Ele deve ter aptidão para as ciências exatas e naturais assim como afinidade para as ciências econômicas e sociais. Ele deve ter disposição em trabalhar ou freqüentar lugares desprovidos de condições geralmente encontradas em meio urbano, tais como eletricidade, ar condicionado, circulação intensa de pessoas e proximidade de casas.

O engenheiro agrônomo analisa o ambiente natural, avalia a situação, diagnostica os problemas, propõe soluções e estabelece um plano de ação. Seu trabalho resulta geralmente num aviso ou numa recomendação que concilia ao mesmo tempo os interesses de seu cliente e da sociedade. Seu campo de atuação é muito amplo e inclui áreas diversas. O mercado de trabalho para o engenheiro agrônomo está em expansão. O agronegócio vem contribuindo expressivamente na economia brasileira. Seus aportes evidenciam-se principalmente na balança comercial e no fornecimento de alimentos para o mercado nacional.

O Brasil é o país com a maior reserva de terras agricultáveis, bastante disponibilidade de água e expressiva acumulação tecnológica para a produção agrícola. Em termos de capacidade para atender a demandas agrícolas e agroalimentar, é muito bem colocado internacionalmente. Nos últimos anos, o País consolidou sua posição de maior exportador mundial de café, açúcar e suco de laranja, e tornou-se também líder em soja (grão), fumo e carne bovina, suína e de aves, além de alcançar a segunda posição em farelo e óleo de soja. O bom desempenho do Brasil destacou-se também na agroindústria, ou seja, no segmento que inclui diversas atividades de transformação de matérias-primas agrícolas tais como beneficiamento, secagem, processamento e embalagem.

Outro mercado em que o Brasil pode competir com eficiência é o de conhecimentos científicos e tecnológicos relativos ao agronegócio. O Brasil tem competências suficientes para atuar neste mercado a nível internacional e ajudar outros países, particularmente países em desenvolvimento, a consolidar seu setor agrícola e agroindustrial. Tal situação gera oportunidades atuais e futuras para o engenheiro-agrônomo formado no Brasil.

O grande mérito do Brasil é o fato de estar gerenciando eficientemente seu setor agrícola, prestando grande atenção à evolução de conhecimentos relativos ao agronegócio. Nesse sentido, convém mencionar a criação e gestão da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária que procura sempre estar nas fronteiras do conhecimento. É bem conhecida a revolução que a Embrapa provocou no agronegócio brasileiro. Por exemplo, o cerrado brasileiro era, antes dos anos 70, considerado impróprio para a agricultura; mas, em três décadas, tornou-se uma região de grande produtividade agrícola. Atualmente, o cerrado fornece mais de 50% da produção brasileira de grãos.

Estudos recentes anunciam que a exportação brasileira de produtos agrícolas crescerá de pelo menos 50% nos próximos 5 anos. Este crescimento será muito mais evidente nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. Com a possibilidade de os países desenvolvidos reduzirem as barreiras não tarifárias e os subsídios a seus agricultores, o Brasil se consolidará, nos próximos anos, como líder incontestável em diversas cadeias do sistema agrícola mundial. Por isso, já está sendo visto como celeiro ou fazenda do mundo.

Seus agricultores precisarão cada vez mais de inovações baseadas em conhecimentos científico-tecnológicos. Estas considerações valem não apenas para a agricultura patronal, mas também para a agricultura familiar. O engenheiro agrônomo é e será indispensável dentro deste contexto. Entretanto, é necessário que o Brasil mantenha sempre atentos seus agricultores sobre a necessidade de uso de conhecimentos científico-tecnológicos como insumos na produção agropecuária e agroindustrial.

Assim, o Brasil apresenta boas oportunidades de trabalho para o engenheiro agrônomo. Mas, a valorização deste profissional não alcançou ainda o nível merecido. As dificuldades que impedem o alcance de tal nível podem ser superadas com a concretização do cenário em que o Brasil é apontado como celeiro e uma das principais fontes de recursos naturais do mundo.

Por: André Yves Cribb: Engenheiro Agrônomo, Mestre em Desenvolvimento Agrícola e Doutor em Engenharia de Produção, e é pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Texto Resumido
Versão completa em http://www.vestibular1.com.br/carreiras/08.htm

domingo, 15 de maio de 2011

COMEÇANDO A FILOSOFAR

           Este blog está destinado às reflexões filosóficas no Ensino Médio. Estaremos postando as discussões vivenciadas em sala de aula, tendo em vista que não se aprende apenas filosofia, mas, principalmente, a filosofar.